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METRUS INICIA NOVA GESTÃO DE INVESTIMENTOS COM FOCO EM SUSTENTABILIDADE

À frente da Diretoria de Investimentos do Metrus, João Ernesto Mesquita compartilha sua experiência no segmento e os objetivos de sua gestão.

Desde julho, o Metrus tem contado com a expertise e o know how de João Ernesto Mesquita, que chegou para completar a Diretoria Executiva do Instituto como Diretor de Investimentos.

Seu ingresso no Metrus marca uma nova fase para o Instituto, que busca fortalecer sua Governança, diversificar investimentos e oferecer soluções mais eficientes para o patrimônio de seus participantes. “O foco é oferecer resultados consistentes e valorização do patrimônio no longo prazo”, destaca João Ernesto.

Com mais de 35 anos de experiência no mercado financeiro, o novo diretor tem, em seus primeiros meses de atuação, priorizado a revisão de processos, a otimização de custos e a gestão de recursos dos participantes voltadas a resultados consistentes no longo prazo.

Quanto à previdência complementar, João Ernesto aponta que os principais desafios estão na adoção de estratégias de longo prazo, capazes de equilibrar segurança e rentabilidade, e na personalização dos investimentos para atender perfis variados de participantes. “Em um fundo de pensão é preciso olhar para o longo prazo e tomar decisões estratégicas que garantam resultados consistentes ao longo de décadas”, afirma.

João Ernesto iniciou sua trajetória profissional ainda muito jovem no Banco do Brasil e, durante toda a sua jornada, construiu um sólido histórico em análises financeiras, operações de mercado de capitais e gestão de fundos. Atuou no Banco do Brasil S.A., BB Banco de Investimento S.A. e Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previ.

Ao longo da carreira, participou de importantes IPOs, Follow-Ons e M&As, além de contribuir para a criação da BB Seguridade e liderar operações de Private Equity em parceria com grande gestor internacional.

Mais recentemente, na Previ, liderou a mesa de operações de renda variável e derivativos, segmento imobiliário, crédito privado e operações que resultaram na aquisição e venda de mais de R$ 50 bilhões em títulos públicos federais, contribuindo para a imunização do passivo atuarial e para a diversificação das carteiras dos planos de Benefício Definido e Contribuição Variável.

Acompanhe, esses e outros detalhes, na entrevista abaixo:

Trajetória e Experiência

  1. Como foi sua trajetória profissional?

Entrei no Banco do Brasil aos 15 anos como menor auxiliar. Desde 2002, me envolvi com análises financeiras voltadas ao mercado de capitais e passei a atuar na diretoria de mercado de capitais do BB Banco de Investimento S.A. Nessa fase, participei de diversas operações como IPOs, Follow-Ons e fusões e aquisições (M&A).

Também contribuí para a criação da BB Seguridade, empresa de capital aberto, conduzindo negociações com parceiros na área de seguros. Em 2010, retornei ao Rio de Janeiro para assumir a co-gestão de um fundo de private equity em parceria com o The Carlyle Group, onde permaneci por três anos.

Em 2013, ingressei na Previ – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – como responsável pela gestão da carteira de participações nos setores de energia, logística e infraestrutura. Atuei diretamente em Conselhos de Administração e comitês de assessoramento de empresas como Neoenergia, Invepar, Embraer, CPFL Energia, Tupy, entre outras. Nesse período, liderei processos de reorganização societária, formulei políticas de monitoramento de empresas participadas e fui promovido a gerente executivo. Também participei de operações de M&A e do IPO, envolvendo a Neoenergia.

Em 2019, assumi a gerência executiva da Diretoria de Investimentos da Previ, inicialmente liderando duas equipes: uma focada em investimentos imobiliários e outra na carteira de fundos de private equity. Nesse período, dei início à construção das carteiras de fundos multimercado e de fundos imobiliários. Após cerca de três anos, em 2022, fui para uma nova área, onde passei a liderar duas novas frentes: uma responsável pela mesa de operações, que conduzia as compras e vendas de ações, derivativos e títulos públicos federais, e outra dedicada a investimentos imobiliários e crédito privado.

De 2022 até recentemente, liderei operações que resultaram na aquisição e venda de mais de R$ 50 bilhões em títulos públicos federais para o plano de Benefício Definido. Todas essas compras do plano BD foram 100% rentabilizadas na curva, contribuindo diretamente para a imunização do passivo atuarial e para a diversificação das carteiras do plano CV.

Para o plano de Contribuição Variável, participei da implementação de uma nova estratégia de investimentos, criando uma estrutura com duas camadas por perfil e cerca de 20 fundos estratégicos. Essa estrutura possibilitou a segregação de ativos, alocação personalizada, com a seleção de cotas mais aderentes ao perfil de risco de cada participante.

Com os novos fundos exclusivos, cada um com uma estratégia própria, foi possível compor 20 alternativas de alocação que respeitam os diferentes níveis de risco definidos na política de investimentos. Deixamos de adotar uma única carteira fixa por perfil e passamos a combinar cotas de fundos com diferentes prazos e estratégias – como renda fixa de curto e longo prazo, por exemplo – permitindo alocações mais precisas, alinhadas ao apetite de risco de cada participante. Essa mudança trouxe mais eficiência e personalização à gestão dos investimentos.

  1. Quais experiências anteriores você considera mais marcantes na sua carreira?

Ao longo da minha trajetória, tive diversas experiências marcantes, mas destacaria especialmente o trabalho realizado nas diretorias de participações e de investimentos na Previ. Desenvolvemos um modelo inovador, com foco na imunização do passivo do plano BD e busca por performance no plano CV, por meio de carteiras mais personalizadas por perfil de risco, utilizando uma estrutura com múltiplos fundos exclusivos e estratégias específicas. Essa experiência faz muito sentido dentro do contexto de um fundo que deseja crescer, expandir seus planos e atuar como multipatrocinado — como é o caso do Metrus.

É claro que toda nova estrutura exige uma análise criteriosa. Precisamos avaliar sua viabilidade técnica, considerar os custos envolvidos e garantir que haja aderência à realidade do Instituto, além de obter as aprovações necessárias. Mas acredito que esse tipo de transformação estratégica pode trazer mais eficiência, diversificação e resultados mais consistentes.

Outro ponto importante da minha trajetória é o relacionamento de mercado que construí ao longo desses 37 anos, com bancos de investimento, gestores, entidades reguladoras como a Previc,  CVM e demais players relevantes. Acredito que esse capital relacional pode ser muito útil para o Metrus, especialmente na reavaliação dos gestores atuais, na otimização da alocação dos recursos e na busca por estruturas mais eficientes e menos onerosas — sempre com foco na geração de valor para os participantes.

  1. O que o motivou a aceitar o convite para integrar a diretoria do Metrus?

O convite para integrar a diretoria do Metrus surgiu em um momento muito alinhado com o meu desejo de transformação. O que me motivou foi a possibilidade de aplicar minha experiência, especialmente na área de investimentos, aliada à visão de governança, à estruturação de processos e ao olhar para inovação — sempre respeitando a realidade da entidade e buscando o que for possível aprimorar em relação ao mercado.

Vejo como uma oportunidade de contribuir de forma efetiva, trazendo know-how acumulado ao longo de décadas e, ao mesmo tempo, vivenciar um novo ciclo de aprendizado e realização profissional.

Desafios e Oportunidades

  1. Quais são, na sua visão, os principais desafios do setor de previdência complementar atualmente?

Na minha visão, os principais desafios da previdência complementar hoje passam por estratégias bem definidas tanto para os planos de Benefício Definido (BD) quanto para os de Contribuição Variável (CV), já que cada um exige estratégias distintas.

No caso do plano BD, o foco precisa ser a imunização do passivo — ou seja, garantir que os ativos da carteira consigam cobrir, com segurança, os compromissos futuros do plano, respeitando a taxa atuarial. Neste momento, faz muito sentido priorizar a venda de ativos ilíquidos e, com esses recursos, adquirir títulos públicos federais. Estamos diante de um cenário histórico em termos de rentabilidade desses títulos públicos, o que permite montar uma carteira robusta, alinhada ao longo prazo e à necessidade de estabilidade do plano.

Já no plano CV, o grande desafio está na diversificação eficiente, que permita boa rentabilidade e aderência ao perfil de risco dos participantes. É essencial avaliar se os investimentos atuais estão adequados ao que realmente precisamos para alcançar esse equilíbrio. Embora o passado recente tenha sido turbulento, momentos difíceis de mercado financeiro também trazem ótimas oportunidades. É nesse momento que conseguimos adquirir títulos em taxas atraentes, porque quando o cenário melhora, isso possibilita uma rentabilidade muito boa para o participante.

A marcação a mercado dos títulos públicos federais serve apenas como uma fotografia do momento, mas como carregamos esses papéis até o vencimento, eles acabam superando com folga outras opções, como ações, CDBs ou poupança.

É natural que o participante se sinta incomodado em momentos de rentabilidade baixa, mas esse é exatamente o momento em que conseguimos comprar ativos com grande desconto, que trarão retornos expressivos na sua carteira ao longo do tempo tanto para os planos BD e CV, que vão durar décadas.

Mesmo que, no curto prazo, aplicações em CDI pareçam mais vantajosas, no longo prazo elas tendem a entregar menos resultado, sem proteção da inflação.

Acredito que esse olhar estratégico, técnico e de longo prazo é o que deve orientar a gestão dos planos — sempre com o foco na segurança e na valorização do patrimônio dos participantes.

Visão de Gestão e Liderança

  1. Que princípios norteiam sua atuação como gestor?

Transparência e governança são absolutamente fundamentais na gestão de recursos previdenciários. É essencial que os processos sejam conduzidos com responsabilidade, critérios técnicos bem definidos e, principalmente, com prestação de contas constante.

Acredito que a comunicação tem um papel central nesse processo. Produzir materiais informativos, promover lives, eventos e outros momentos de esclarecimento com os participantes são formas práticas de reforçar a confiança e manter todos bem-informados. Quanto mais próximos estivermos dos participantes, mais fortalecida será essa relação de credibilidade.

Governança e transparência não devem ser apenas princípios declarados — precisam ser praticados no dia a dia da gestão, com escuta ativa, clareza nas decisões e acesso à informação de forma simples e objetiva. Esse compromisso é o que sustenta a legitimidade de qualquer fundo de pensão.

Planos e Expectativas

  1. Quais são as prioridades de sua gestão e há alguma meta que gostaria de destacar?

No momento a prioridade é revisar processos e aprimorar a estrutura de governança existente, buscando mais eficiência e resultados para os participantes. Obter mais rentabilidade, reduzir despesas e fortalecer a estabilidade dos resultados, de modo a garantir uma reserva ainda mais sólida e sustentável ao longo do tempo.

Também pretendo reavaliar a estrutura de custos, buscar novos parceiros e gestores, além de manter o foco no monitoramento dos que já atuam com o Metrus. O aprimoramento dos controles internos é igualmente importante, pois reforça nosso compromisso com uma gestão técnica, transparente e orientada à consistência de resultados.

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